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11/02

Acordou de um sono difícil, lento e pesado. Já não estava em sua cama. Sentiu-se impressionado ao ver que não estava em sua casa, nem em sua rua, em lugar algum que lhe fosse familiar em um primeiro momento. Flutuava de ponta cabeça sob o céu noturno da cidade que ardia em luzes. Não sentia seu peso, nem o sangue que se acumulava na extremidade superior do próprio corpo. As únicas sensações reconhecíveis eram a da brisa que lhe soprava o rosto e a opressão que o acompanhava a meses. Uma melancolia repentina e profunda que o abatia de tempos em tempos, sempre que percebia a sua atual condição. Nada fazia sentido até então mas, pra quem sofre de depressão, certas sensações, mesmo aquelas que parecem te levar mais para baixo dentro de si ainda são melhores do que o vazio de costume. Ele se deixou embalar por esse flow suicida até não sentir mais nada. Percebeu a leve turbulência e o corpo que flutuava passou a cair de cabeça em direção ao asfalto frio, mas era tudo mais rápido